JANEIRO ROXO
Mobilização mundial chama a atenção para a hanseníase
O último domingo de janeiro é o Dia Mundial das pessoas atingidas pela Hanseníase e o Dia Nacional de luta contra a doença. Mas o que você sabe sobre hanseníase?
Em 2016, o Ministério da Saúde registrou 25.218 casos novos de hanseníase no Brasil, o que representa 12,23 casos novos para cada 100 mil habitantes: a maior taxa de casos proporcionais do mundo. “Esses indicadores não fazem sentido para uma doença que tem cura e cujo tratamento, gratuito, está disponível no SUS”, afirma a coordenadora nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), Lucimar Batista. Para o movimento, que atua há 36 anos no país, os principais obstáculos à eliminação da hanseníase no país são o preconceito, a falta de informação pública sobre a doença e o despreparo da rede saúde para diagnosticar os casos precocemente.
No mês em que campanhas nacionais e mundiais chamam a atenção para a hanseníase, o Morhan participa de ações regionais, nacionais e internacionais para multiplicar uma informação potente e que precisa ser amplamente conhecida: hanseníase tem cura!
Atenção para a terminologia correta: o nome da doença é HANSENÍASE
Considerando a atenção que a doença recebe da imprensa nesse mês, o Morhan reafirma a importância da utilização da terminologia adequada para o enfoque da doença: desde a promulgação da lei 9.010 de 1995, os termos “lepra” e seus derivados estão proibidos no Brasil como referência à hanseníase.
“Lepra” é um termo associado à ideia de impureza e castigo divino, e era utilizado antigamente como referência a todo um conjunto de doenças de pele. Com o avanço da ciência e à medida em que as causas das diferentes doenças foram sendo descobertas, elas passaram a ter denominação específica: psoríase, eczema e outras dermatoses. Em relação à hanseníase, foi o médico Abraão Rotberg, professor da Escola Paulista de Medicina, quem propôs a mudança de terminologia no Brasil, em 1976. O nome Hanseníase é uma homenagem ao cientista norueguês Gehard Hansen, que descobriu a bactéria causadora da doença em 1873. Da proposta de Rotberg, acolhida inicialmente pelo estado de São Paulo, até a promulgação da lei em 1995 no território nacional, foi preciso muita luta, e o Morhan é um dos protagonistas desta história.
Hoje, Faustino Pinto, que integra a coordenação nacional do Morhan, tem levado o debate sobre a terminologia para organismos internacionais: "Não somos leprosos. Somos seres humanos e fomos atingidos por uma doença que tem nome: hanseníase". Para ele, a utilização de termos associados a um passado de desconhecimento sobre a doença e de uma política de isolamento que destruiu vidas no Brasil e no mundo faz parte de uma cultura do medo utilizada para alarmar a população sobre a doença. “A cultura do medo em relação à hanseníase é uma ferramenta que desconsidera a capacidade de compreensão dos pacientes. Defendemos uma outra relação, baseada no respeito à autonomia, na informação e em um diálogo capaz de esclarecer como funciona a patologia, sem medo”, defende o dirigente.
Saiba mais sobre a doença
A hanseníase é uma doença infecciosa, de evolução crônica (muito longa) causada por um microorganismo que acomete principalmente a pele e os nervos das extremidades do corpo. É muito importante diagnosticar a doença logo no início. Ninguém que tenha a doença precisa se afastar da sociedade, nem deixar de trabalhar ou ficar perto de sua família, porque tão logo seja iniciado o tratamento a doença deixa de ser transmissível.
Sinais e sintomas mais comuns da hanseníase:
Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo.
Área de pele seca e com falta de suor.
Área da pele com queda de pelos, mais especialmente nas sobrancelhas.
Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade (dormências, diminuição da sensibilidade de ao toque, calor ou dor).
Sensação de formigamento na pele, principalmente das mãos e dos pés.
Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas.
Edema ou inchaço de mãos e pés.
Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.
Úlceras de pernas e pés.
Nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Hanseníase tem cura! As pessoas acometidas pela doença que, até a década de 80, eram excluídas do convívio social e condenadas ao confinamento em colônias, hoje têm o direito de receber remédios pelo SUS e se tratar em casa, com acompanhamento médico nas unidades básicas de saúde.
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