Morhan Nacional:
O trabalho de prevenção, acompanhamento e tratamento de tuberculose em área indígena, realizado pela Funasa em Mato Grosso do Sul é referência nacional. A informação é do representante nacional da Assistência Alemã aos Hansenianos e Tuberculosos - DAHW, Manfred Göbel, organização não-governamental alemã, presente em 45 países e sete estados brasileiros no auxilio a Tuberculose e Hanseníase.Göbel esteve acompanhado do médico Eric Post, também da DAHW, visitando as aldeias de Dourados e Amambai. No dia 22 de setembro, estiveram na sede da Coordenação Regional da Funasa, em Campo Grande, em reunião com o coordenador regional, Pedro Paulo de Siqueira Coutinho, o chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena de MS, Wanderley Guenka, a coordenadora do Programa de Prevenção a Tuberculose e Hanseníase, da Funasa no Estado, a enfermeira Roselene Lopes, e a representante do Laboratório Central, do Governo do Estado, Eunice Atsuku."O objetivo foi analisar como os projetos estão funcionando. O resultado da visita foi total. Mato Grosso do Sul serve como referência para os outros estados. É um exemplo a ser seguido", analisa Manfred.Além de atuar na Funasa no Estado, a ong atua também na Funasa de Mato Grosso e auxilia o Ministério da Saúde num programa nacional de Hanseníase."A tuberculose é uma doença social. E esse tipo de parceria é de extrema importância para o desenvolvimento pleno de nossos trabalhos", avaliou Pedro Paulo, em relação ao apoio da organização nas ações realizadas no Estado.Na reunião, Roselene Lopes apresentou o resultados dos indicadores de tuberculose. Segundo a enfermeira, o coeficiente da tuberculose em 2005, no Estado, foi de 263/100.000. No ano de 99, o coeficiente chegou a 700/100.000 na população indígena. A maior incidência de tuberculose é na população guarani: dos casos identificados em 2005, 90% estão concentrados nessa etinia. No Brasil, na população não-indígena, o índice foi em 2005 de 50/100.000.De acordo com Roselene dentro do Programa a Funasa investe em capacitação permanente das equipes, a realização constante de busca ativa, a dose supervisionada (o paciente recebe diariamente a medicação através das equipes), a ação de quimioprofilaxia (atenção e tratamento das pessoas que mantém contato próximo aos tuberculosos) e o trabalho de orientação e realização de exames nas usinas de álcool e cana de açúcar com os trabalhadores indígenas.Outro resultado importante, destacado na reunião é a diminuição dos casos de abandono ao tratamento. Em 2001, mais de 10% dos pacientes indígenas interrompiam o tratamento. No ano passado, a porcentagem caiu para 2,3, menos que os 5% que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera aceitável para a população não-indígena. "Dos três casos de abandonos registrados, já recuperamos dois", comemora a enfermeira.
Fonte: Site "MS Notícias" (25/09/06)
Compartilhe: